Nem mesmo a desconfiança dos mais conservadores consegue frear o avanço das compras B2B no e-commerce nacional. A prova disso aparece em dois dados na 18ª edição Pesquisa FGV-EAESP de Comércio Eletrônico no Mercado Brasileiro. Em 2015, mesmo com a influência negativa da crise econômica, esse tipo de transação cresceu 2,83% e representou 76,18% do valor do mercado total, num comparativo a 2014. Na última década, o volume de transações entre empresas subiu 128%. Não deixe, porém, a empolgação levar ao comodismo. Nesse caminho ainda cabem investimentos para a consolidação nas relações negócio-a-negócio.
Colocar no ar um e-commerce com difícil usabilidade, sem compatibilidade com dispositivos móveis, com pouco apelo visual ou sem uma boa equipe de atendimento por trás não atende o mercado, considera Nei Tremarin, CMO do Mercado Eletrônico. “Os usuários de negócios são cada vez mais omnichannel e precisam ser fidelizados assim como os consumidores do varejo. Investir no user experience é garantir que seus consumidores voltarão ao seu site sempre que precisarem.”
Usabilidade, compatibilidade com dispositivos móveis, apelo visual ou equipe de atendimento ajudam a determinar o sucesso de um e-commerce
Assim, profissionais de mercado têm seguido a tendência B2C de buscar os canais digitais para realizar suas compras. Isso é muito positivo, pois dá a chance de trabalhar em duas frentes: conquistar novos clientes e ampliar os contratos existentes. Estudo da Forrester Research mostra que 38% dos clientes B2B que migraram para o e-commerce são mais aptos a fazer novas compras.
Pesam nessa decisão fatores práticos como conveniência, conforto, economia de tempo e facilidade na aquisição. Mas isso só acontece se o comprador tiver uma boa experiência, pondera Tremarin. Segundo o especialista, assim como nas relação negócio-a-consumidor, os clientes não retornam a lojas em que tiveram dificuldades.
Empresas que passam a investir com excelência no comércio eletrônico tornam-se mais competitivas pois reduzem custos com impressão de catálogos, com viagens de prospecção e com deslocamento para novas vendas. Além disso, têm a possibilidade de criar um marketplace, firmando parcerias com plataformas que reúnem diversos fornecedores em um único site, o que aumenta a visibilidade e, por consequência, as vendas do e-commerce.